O objetivo do presente artigo é discutir o papel do lobo frontal nos comportamentos que caracterizam a síndrome do autismo. Focaliza, em especial, as possíveis relações entre função executiva, teoria da mente e habilidade de atenção compartilhada. Conclui-se que, apesar da investigação sobre a hipótese de comprometimento da função executiva como déficit subjacente ao autismo ser uma área promissora, muitas questões ainda permanecem abertas, como por exemplo, a questão da relação causal função executiva-déficit social; dificuldades acerca da especificidade deste comprometimento na área do autismo; a necessidade de investigar-se a natureza e intensidade do comprometimento na função executiva dentro dos subgrupos que compõem o espectro autista e a sobreposição dessa teoria com a de coerência central. Argumenta-se que a discussão sobre relações entre função executiva e comportamento social será incompleta caso não for compreendida a partir de um contexto psicossocial no qual se inserem os indivíduos com autismo e suas famílias.
Autismo; função executiva; lobo frontal; comportamento social