O presente artigo retoma a discussão acerca da relação entre pensamento e linguagem no processo de conceptualização em matemática. Nesse sentido, são oferecidos subsídios empíricos a partir de outros estudos, que permitem discutir e contestar a idéia teórica que propõe um papel central e fundante da linguagem para tal processo de conceptualização. Dados de pesquisa didática referente à compreensão do princípio da equivalência entre equações no ensino introdutório de álgebra permitiram comparar situações de ensino fundadas em competências-em-ação não-verbais versus situações baseadas na explicitação verbal de aspectos relacionados à igualdade entre equações. Os resultados obtidos mostraram ausência de diferenças entre os grupos quanto à apropriação de procedimento algébrico para resolução de problemas, sugerindo complementaridade entre tais métodos. Tais resultados permitem concluir acerca do interesse das representações simbólicas para a conceptualização em matemática, sem com isso excluir ou considerar em plano subalterno aspectos relacionados à ação e à corporeidade na construção do conhecimento matemático.
Pensamento e linguagem; competências-em-ação; conhecimento matemático-algébrico