Tradicionalmente, a emoção tem sido concebida como um estado interno e preexistente manifestado na face. Assim, a emoção tem sido analisada através do estudo detalhado da face. O presente trabalho propõe uma perspectiva alternativa, defendendo a utilidade teórica e metodológica dos conceitos de narrativas e sistemas dinâmicos para o estudo da emoção. Partindo desta perspectiva, a emoção é concebida enquanto emergente da interação do indivíduo com seu meio. Em nossas investigações, enfatizamos, simultaneamente, as ações corporais, vocais, e faciais de ambos parceiros bem como os contextos comunicativos construídos durante a interação. Utilizamos o método de análise de narrativas aplicado a dados longitudinais de uma díade mãe-bebê durante o segundo ano de vida. Procuramos ilustrar como o desenvolvimento das emoções emerge das sutis transformações que ocorrem no relacionamento social entre o bebê e sua mãe.
Emoção; narrativas; sistemas dinâmicos; emergente