A esclerose múltipla (EM) é uma doença neurológica progressiva e incapacitante, cujos sintomas afetam o funcionamento motor, sensorial e psicológico. Diversas variáveis clínicas e psicossociais influenciam o perfil neuropsicológico na EM, que é extremamente heterogêneo. O objetivo principal do presente estudo foi investigar a possibilidade de estratificar estatisticamente portadores de EM e controles a partir das dimensões neurológica, sócio-demográfica e neuropsicológica de funcionamento. A partir desse objetivo, foi conduzido um procedimento de análise de conglomerados utilizando cinco instrumentos neuropsicológicos, selecionados dentre uma gama de nove medidas, de acordo com a acurácia diagnóstica. A amostra foi constituída por 45 pessoas saudáveis e 35 portadores de EM com características sócio-demográficas semelhantes. Os resultados indicaram uma solução ideal com quatro conglomerados a partir de duas dimensões, funcionamento "cognitivo" e "psicossocial", que representam aspectos independentes, porém não disjuntivos, do funcionamento neuropsicológico na EM.
Esclerose múltipla; avaliação neuropsicológica; validade de critério; análise de conglomerados