Neste artigo postula-se a existência de uma dimensão biológica do conceito de pulsão na obra de Freud, relacionada com o enigmático da gênese e do desenvolvimento do aparato psíquico. Considerando que no pensamento freudiano existe uma tensão entre duas modalidades discursivas, a primeira relacionada com os desenvolvimentos da hipótese estrutural sobre o inconsciente, e a segunda que funciona como centro gravitacional de teorizações provenientes da fisiologia e da biologia, estabelece-se determinadas linhas de força que atravessam o pensamento freudiano, designadas como variantes evolucionistas e decompostas em variantes evolucionistas-ontogenéticas-derivativas, evolucionistas-filogenéticas-instintuais e evolucionistas-ontogenéticas constitutivas. Ao final do artigo, conjectura-se que com a expansão da psicanálise talvez seja possível traduzir numa linguagem metapsicológica os aspectos fronteiriços da reflexão freudiana.
Pulsão; Freud; psicanálise; biologia