Este artigo re-visita o debate feminista sobre pornografias heteronormativas e analisa a sua produção de discursos polarizados, em particular os que recorreram às ciências psicológicas como forma de legitimar as suas posições. Partindo da localização da indústria pornô nas mecânicas do capitalismo contemporâneo, propomos repensar os significados da pornografia para lá da psicologia social tradicional e do feminismo norte-americano mais conservador. O papel preponderante que a pornografia hoje assume nas indústrias do sexo é indissociável da proliferação tecnológica da mídia e da crescente sexualização dos seus mercados. Neste artigo - uma análise de textos e discursos - situamos a pornografia numa fenomenologia mais ampla e reflexiva, cruzando uma abordagem feminista-construcionista com a psicologia social crítica.
Pornografias; Feminismos; Tecno-ciência; Indústria; Roteiros sexuais