O construcionismo, como forma de elaboração da crise paradigmática que têm vivido as ciências humanas, redimensiona várias concepções sobre a produção do conhecimento e os processos psicoterápicos. Neste artigo, buscaremos apontar como a ênfase nos processos relacionais e a centralidade da linguagem promovidas pelo construcionismo transformam o estudo da prática grupal. Através de um exemplo empírico, apontaremos algumas implicações metodológicas da aplicação dos pressupostos construcionistas ao estudo da prática grupal, tais como a explicitação do caráter construído do grupo e seu processo de negociação, a perspectiva discursiva de construção da pessoa e a conseqüente redefinição da homogeneidade grupal, e as delimitações sociais destes processos grupais. Finalizamos o artigo indicando outros desdobramentos teórico-metodológicos necessários ao desenvolvimento destas contribuições aos estudos dos grupos.
Construcionismo; psicoterapia de grupo; metodologia qualitativa