Espécies de caracídeos do gênero Roeboides são conhecidas por seu hábito de arrancar e ingerir escamas de outros peixes. Exemplares de Roeboides paranensis foram capturados mensalmente de março de 1992 a fevereiro de 1993 em cinco lagoas da bacia do alto rio Paraná e em um ponto na calha do rio Paraná, com o objetivo de relacionar o desenvolvimento dentário com alterações ontogenéticas na dieta. Entre 15-22 mm de comprimento-padrão, os peixes apresentam dentes com bases hipertrofiadas (mamiliformes), que migram para fora da boca em ambas as maxilas. Durante o desenvolvimento, a dieta altera-se, com os exemplares menores ingerindo mais microcrustáceos e os maiores alimentando-se mais de escamas. A lepidofagia nessa espécie é facultativa, pois a ingestão de insetos e outros invertebrados ocorre em exemplares de todos os tamanhos. Variações espaciais na dieta foram marcantes, entretanto os maiores valores de similaridade em três das lagoas estudadas devem-se à semelhança nas proporções do alimento principal.
Roeboides paranensis; desenvolvimento dentário; alterações na dieta; rio Paraná