RESUMO
As variedades de cana-de-açúcar possuem capacidades bioquímicas e produtivas distintas, especialmente acentuadas em situação de estresse hídrico e nutricional. O déficit hídrico promove alterações bioquímicas nas plantas, as quais envolvem a superprodução de Espécies Reativas de Oxigênio (EROs) que, dependendo da concentração, proporcionam a degradação de pigmentos fotossintéticos. Pesquisas atuais indicam que o K+ possui importante papel no aumento da produtividade e na tolerância ao déficit hídrico. Este estudo avaliou o efeito de doses de K+ no crescimento inicial de duas variedades de cana submetidas a duas condições hídricas. O experimento foi montado em casa de vegetação em blocos ao acaso, com quatro repetições, sendo cinco doses de K+ (0; 0,5; 1; 2 e 6 mmol L-1), duas variedades de cana (RB92579 e RB992506), e avaliado em duas condições hídricas (plantas hidratadas e estresse hídrico). Os dados foram analisados estatisticamente em esquema fatorial 5×2×2. Foram avaliados os teores foliares de carboidratos, pigmentos fotossintéticos, atividade das enzimas antioxidativas (catalase, superóxido dismutase e ascorbato peroxidase) e a produção de matéria seca. As doses de K+ promoveram aumento da massa seca das plantas. A variedade RB992506 apresentou menor atividade da enzima APX e maiores teores de pigmentos fotossintéticos, de carboidratos e de massa seca do que a variedade RB92579. As condições hídricas, bem como as interações entre os fatores, não promoveram efeito sobre as variáveis estudadas. A variedade RB992506 consiste em uma variedade promissora e mais tolerante ao estresse hídrico devido apresentar características bioquímicas e produtivas superiores as da variedade RB92579.
Palavras-chave: Saccharum spp; EROs; Pigmentos foliares; Estresse hídrico; Ascorbato peroxidase