Educação participativa com enfermeiros: potencialidades e vulnerabilidades no rastreamento do câncer de mama e colo

Soares, Lidia Santos; Silva, Maria da Anunciação; Alves, Hayda Josiane; Queiroz, Ana Beatriz Azevedo; Brito, Irma da Silva

doi:10.1590/0034-7167-2019-0692

Brasil

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RELATO DE EXPERIÊNCIA • Rev. Bras. Enferm. 73 (suppl 6) • 2020 • https://doi.org/10.1590/0034-7167-2019-0692 linkcopiar

Educação participativa com enfermeiros: potencialidades e vulnerabilidades no rastreamento do câncer de mama e colo

Autoria SCIMAGO INSTITUTIONS RANKINGS

RESUMO

Objetivos: sistematizar experiência de educação permanente participativa com enfermeiros da Atenção Primária sobre rastreamento do câncer de mama e colo, identificando potencialidades e vulnerabilidades.

Métodos: relato sistematizado conforme Holliday, em cinco tempos: ponto de partida, perguntas iniciais, recuperação do processo vivido, reflexão de fundo e pontos de chegada. Foi produto de duas oficinas com 96 enfermeiros e analisado à luz das diretrizes ministeriais e conceito de vulnerabilidade de Ayres.

Resultados: as potencialidades relacionam-se ao trabalho do enfermeiro implementando os princípios do Sistema Único de Saúde. As dificuldades são complexas e expõem vulnerabilidades individuais, contextuais e programáticas na prática do rastreamento.

Considerações Finais: a educação permanente e as estratégias pedagógicas participativas permitiram troca ampla e lúdica de aprendizagens e participação de número expressivo de profissionais. Sinaliza-se necessidade de estudos sobre institucionalidade das diretrizes programáticas e espaço do enfermeiro para ser instituidor de novas práticas no âmbito da Atenção Primária.

Descritores: Educação Permanente; Vulnerabilidade em Saúde; Programas de Rastreamento; Neoplasias da Mama; Neoplasias do Colo do Útero

Dificuldades	Potencialidades	Desafios
🗸 não retorno das mulheres para a busca dos resultados dos exames; 🗸 vergonha, constrangimento e medo na realização dos exames; 🗸 dificuldade na abordagem com mulheres religiosas e histórico de violência; 🗸 não aceitação da prescrição do profissional enfermeiro. 🗸 baixa autonomia para executar algumas ações de rastreamento (mamografia de rastreamento); 🗸 sobrecarga de trabalho dos enfermeiros; 🗸 infraestrutura inadequada de algumas unidades básicas de saúde dificultando a execução das ações de rastreamento e atividades educativas; 🗸 não realização do exame clínico das mamas por algumas enfermeiras concomitantemente a coleta do preventivo; 🗸 desconhecimento das metas de cobertura propostas pelos programas no âmbito das unidades e do município. 🗸 dificuldades na busca ativa das mulheres; tempo do profissional na unidade 🗸 conflito entre as recomendações programáticas e as necessidades de saúde da população adscrita aos serviços atendida pelos enfermeiros, como por exemplo as faixas etárias recomendadas para realização dos rastreamentos. 🗸 ausência de protocolos municipais e/ou regionais de atendimento de enfermagem; 🗸 dificuldades de acesso ao serviço especializado; 🗸 ausência ou escassez de materiais para a realização do preventivo; 🗸 longa espera pelos resultados dos exames de mamografia e Papanicolaou; 🗸 resultados de Papanicolaou repetitivos e não confiáveis	🗸 bom vínculo e relacionamento de confiança entre equipe de saúde- comunidade; 🗸 reconhecimento do trabalho da equipe pela população. 🗸 realização de práticas educativas na unidade; 🗸 visão holística do enfermeiro; 🗸 autonomia para realizar o preventivo; 🗸 tempo do profissional na unidade; 🗸 trabalho em equipe; 🗸 acolhimento; comunicação interinstitucional eficaz; 🗸 material disponibilizado para a coleta do preventivo; 🗸 parcerias intersetoriais; 🗸 busca ativa; 🗸 fácil acesso da população ao enfermeiro da unidade; 🗸 resolutividade; 🗸 interesse em continuar o processo de educação permanente; 🗸 acolhimentos sensível e amoroso de enfermeiros novatos.	🗸 Inserir os gestores dos serviços envolvidos nas futuras oficinas

Dimensões	Dimensão Individual	Dimensão Social/contextual	Dimensão Programática
Aspectos da prática	Dimensão Individual	Dimensão Social/contextual	Dimensão Programática
Dificuldades	🗸 não retorno das mulheres para a busca dos resultados dos exames; 🗸 vergonha, constrangimento e medo na realização dos exames; 🗸 dificuldade na abordagem com mulheres religiosas e histórico de violência; 🗸 não aceitação da prescrição do profissional enfermeiro.	🗸 baixa autonomia para executar algumas ações de rastreamento (mamografia de rastreamento); 🗸 sobrecarga de trabalho dos enfermeiros; 🗸 não realização do exame clínico das mamas por algumas enfermeiras concomitantemente a coleta do preventivo; 🗸 desconhecimento das metas de cobertura propostas pelos programas no âmbito das unidades e do município. 🗸 dificuldades na busca ativa das mulheres; 🗸 conflito entre as recomendações programáticas e as necessidades de saúde da população adscrita aos serviços atendida pelos enfermeiros, como por exemplo as faixas etárias recomendadas para realização dos rastreamentos.	🗸 ausência de protocolos municipais e/ou regionais de atendimento de enfermagem; 🗸 dificuldades de acesso ao serviço especializado; 🗸 infraestrutura inadequada de algumas unidades básicas de saúde dificultando a execução das ações de rastreamento e atividades educativas; 🗸 ausência ou escassez de materiais para a realização do preventivo; 🗸 longa espera pelos resultados dos exames de mamografia e Papanicolaou; 🗸 resultados de Papanicolaou repetitivos e não confiáveis.

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