RESUMO
OBJETIVOS: Identificar aglomerados espaciais e espaço-temporais de altas taxas de incidência de aids em homens residentes no município de São Paulo desde o primeiro caso da doença em 1980.
MÉTODOS: As notificações de HIV/aids foram obtidas do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (57.440 homens) entre janeiro de 1980 e junho de 2012. Os casos foram geocodificados por endereço de residência; em seguida, análises de varredura puramente espacial, espaço-temporal e de variação espacial nas tendências temporais foram realizadas para três conjuntos de dados: total de casos de aids em homens com 13 anos de idade ou mais, homens com 50 anos ou mais e óbitos por aids.
RESULTADOS: Foi possível geocodificar uma expressiva proporção de casos de aids (93,7%). Na análise de varredura puramente espacial, considerando-se todo o período avaliado, a epidemia de aids nos homens apresentou importante concentração espacial no Centro e em áreas contíguas das regiões Norte, Sudeste e Oeste do município, independentemente da faixa etária e da evolução para o óbito (riscos relativos entre 1,22 e 5,90). Levando-se em conta simultaneamente o espaço e o tempo, diversos aglomerados foram encontrados, espalhados por todas as regiões do município (riscos relativos entre 1,44 e 8,61). Na análise da variação espacial nas tendências temporais, os aglomerados nas regiões mais periféricas apresentaram maior incremento percentual anual das taxas da doença (de até 7,58%), denotando a tendência de “periferização” da epidemia nos homens na cidade de São Paulo.
CONCLUSÕES: Este estudo permitiu a detecção de aglomerados geográficos de alto risco para a aids nos homens, apontando para áreas prioritárias no município, tanto para ações programáticas como para nortear outros estudos.
DESCRITORES: Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, epidemiologia; Análise Espaço-Temporal; Análise Espacial; Indicadores de Morbimortalidade; Estudos Ecológicos