Resumo
Este artigo articula a complexa relação entre representação política e apoio religioso durante as eleições de 2018. A partir de teóricos do campo das ciências política e sociais, analisa-se como a igreja Assembleia de Deus, do Maranhão, assumiu seu apoio ao candidato Jair Bolsonaro e, por outro lado, de que forma a senadora assembleiana eleita Eliziane Gama assume posição favorável ao candidato Fernando Haddad. No caso da senadora, observa-se que o poder político das organizações religiosas não se constrói e nem se afirma no sistema religioso, mas sim no sistema político, de acordo com o primado da lógica de busca e manutenção do poder. No contexto desse primado da disputa pelo poder, o uso de recursos políticos oriundos da religião pode ter maior ou menor proeminência, a depender da importância de outros recursos políticos ligados aos partidos ou a grupos políticos informais, suas redes, identidades e semânticas.
Palavras-chave: Representação política; Assembleia de Deus; Eliziane Gama; Bolsonaro; Eleições (2018)