Resumo
Este artigo procura reconhecer as possibilidades radicais nos modos pelos quais a existência humana é percebida e construída na era digital. Uma etnografia de 15 meses, focalizando o uso das redes sociais entre os operários chineses, é empregada para abrir uma conversa com pensamentos filosóficos sobre a existência humana e pensamentos antropológicos sobre objetificação. Afinal, as mídias sociais são mais do que uma forma de comunicação ou uma tecnologia que facilita a conexão entre diferentes locais. Ao explorar as três camadas de experiência existencial dos migrantes rurais chineses no contexto do uso onipresente da mídia social, o artigo sugere que podemos começar a considerar o grau em que a mídia digital é em si um lugar em que as pessoas realmente vivem e se sentem em casa. O reconhecimento de tal construção de lugar por meio do digital nos permite repensar a relação entre a materialidade e as possibilidades digitais para a existência humana e explorar mais o processo fundamental de objetivação pelas lentes da antropologia digital.
Palavras-chave: Dasein; objetificação; mídias sociais, antropologia digital; migrantes rurais chineses; migração