Resumo
Este artigo apresenta uma descrição da celebração do arete guasu chaquenho, atentando para a centralidade do som na estética da festa. Se as máscaras são o elemento-chave nesse ritual, as técnicas de figuração que elas exprimem ganham vida por meio de vozes e de uma série de sons musicais e não musicais que atualizam metáforas, mitos e formas de imaginação. Por meio do conceito de tradução intersemiótica, busca-se compreender as afetações mútuas entre diferentes linguagens - imagens, o som de flautas e tambores, vozes e movimentos - no ambiente do rito. Argumenta-se que a dimensão sonora é fundamental para ativar as relações que se materializam na estética do arete. Entendendo o ritual como ficção séria, elabora-se uma interpretação que permite compreender a festa, na sua performatividade, como uma instância capaz de mobilizar processos relacionais de produção de conhecimento.
Palavras-chave: Ritual; Som; Máscaras; Tradução intersemiótica; Arete guasu