Resumo
O artigo propõe reconstituir e analisar as ligações entre a revista Cadernos Brasileiros e o Congresso pela Liberdade da Cultura, que foram ao mesmo tempo de dependência e relativa autonomia, entre 1959 e 1970. As duas entidades nem sempre coincidiram plenamente - embora se reivindicassem como liberais e anticomunistas - diante de acontecimentos históricos decisivos do período, como o golpe de 1964, a colaboração com o regime militar e a resistência a ele. Os intelectuais envolvidos com Cadernos Brasileiros foram sujeitos nesse processo de lutas sociais, indo de posições anticomunistas tradicionais, favoráveis à "revolução de 1964", até a posterior formulação de críticas ao regime militar, abrindo o periódico para a colaboração de cientistas sociais considerados de esquerda, mas sem perder as oportunidades de acomodação com os donos do poder.
Palavras-chave Cadernos Brasileiros; Congresso pela Liberdade da Cultura; intelectuais; anticomunismo; golpe de 1964