Resumo
O artigo aborda Anos rebeldes, minissérie da Rede Globo de Televisão veiculada entre junho e agosto de 1992. Primeira incursão explícita da teleficção da emissora pelo tema regime militar, a exibição do programa coincide com um momento decisivo no processo de democratização política do país: a campanha Fora Collor. A análise delineia telegraficamente as condicionantes gerais, as circunstâncias de produção e o enredo da minissérie, enfatizando uma vertente de suas tramas. O objetivo é examinar diferentes figurações da indústria cultural na teleficção brasileira com rebatimentos reflexivos sobre a própria atitude dos estudos em relação ao objeto. Longe dos juízos depreciativos acerca do “des-valor inerente” aos bens simbólicos associados ao polo ampliado de produção cultural, o argumento sustentado aqui é o de que tais objetos sempre desempenham funções práticas, econômicas, sociais, políticas e culturais insuspeitadas que justificam o esforço de uma análise sociológica.
Palavras-chave: televisão; teleficção; minissérie; figura