Resumo
A partir de pesquisa etnográfica realizada nos últimos anos no sul de Moçambique, o presente artigo responde antropologicamente à pergunta colocada por um telespectador moçambicano sobre o porquê da inexistência de sujeitos homossexuais em contextos rurais locais. O argumento central aqui apresentado é de que ainda que o desejo (homo)erótico preceda e prescinda da linguagem, a constituição de um sujeito propriamente homossexual não. Logo, as cidades oferecerão não apenas um ambiente propício para a vivência de experiências eróticas e identitárias desse sujeito, mas também a episteme necessária para que ele se constitua como tal.
Palavras-chave África; LGBT; história; antropologia; sexualidade