Resumo
Ao longo da sua formação como pesquisadores e docentes, os acadêmicos que trabalham com relações raciais assimilam uma história canônica da produção desse campo. Com algumas variações, essa produção é habitualmente organizada em torno de uma narrativa que se inicia com a recepção do racismo científico no Brasil, passa em seguida para a formulação da abordagem culturalista e da tese da “democracia racial” e segue para as rupturas que finalmente conduziram ao reconhecimento e investigação de padrões de racismo e discriminação no Brasil. Este artigo apresenta uma síntese dessa história para em seguida interrogá-la sob diferentes ângulos e perspectivas. Para tal, apoia-se em intérpretes da sociologia e historiografia das relações raciais visando apontar como determinadas reorientações teóricas e metodológicas no campo e mudanças sociais de âmbito nacional e internacional estão conectadas a diferentes interrogações lançadas sobre o fenômeno do racismo no Brasil.
Palavras-chave Sociologia das relações raciais; relações raciais; raça; racismo; teoria sociológica