Resumo
O artigo parte da definição de Giorgio Agamben da moda como metáfora do contemporâneo. Propõe-se estudar a questão do privado e do público a partir do discurso de best-seller na produção editorial brasileira entre o final do século XX e o começo do XXI. Tal produção é abordada pelo polo negativo em que a metáfora da moda se apresenta, que leva o sujeito a se deixar seduzir pelas luzes do presente, a fim de que se concretize seu desejo individual e intransferível de enriquecimento e de fama. Sucedem-se cronologicamente estética pop, mensagem de autoajuda e favorecimento nacional do consumo. Este último implica uma leitura que é como um prêt-à-porter acessível às classes populares, que faz com que o Estado-nação não precise arcar com uma política pública de alto nível de educação popular igualitária e democrática.
Palavras-chave: Moda; público e privado; best-seller; literatura de autoajuda; literatura pop