Resumo
O artigo propõe um olhar antropológico sobre a profunda participação dos estudos de folclore e de categorias usadas por estes estudiosos nas construções de sentido e dinâmicas do fandango, expressão popular comum no litoral sul e sudeste brasileiro, especialmente nos estados do Paraná e de São Paulo. Revisitando obras e processos de pesquisa empreendidos por Mário de Andrade, Renato Almeida, Fernando Corrêa de Azevedo, Inami Custódio Pinto, Alceu Maynard Araújo, Rossini Tavares de Lima, entre outros, procuro elucidar, a partir do fandango, suas diferentes concepções e projetos no tratamento dado a questões, estratégias e práticas caras ao folclorismo, como patrimonialização, regionalismo, risco, rumor e resgate. Proponho ainda pensar sobre como tais autores articularam, cada um em seu tempo e a seu modo, os estudos de folclore com os campos das artes e das ciências sociais.
Palavras-chave: Estudos de folclore; Cultura popular; Fandango; São Paulo; Paraná