Resumo
Na década de 1930 o musicólogo teuto-uruguaio Francisco Curt Lange (1903-1997) estabeleceu importante correspondência epistolar com Mário de Andrade, intensificada desde 1935, quando este é nomeado diretor do Departamento Municipal de Cultura e Recreação de São Paulo durante a administração de Fábio Prado. Esta correspondência teve como eixo um interesse comum enquanto servidores públicos: a criação de uma Rádio Escola e de uma Discoteca Pública, de cuja direção Mário de Andrade encarregou sua discípula Oneyda Alvarenga. Neste artigo, analiso as visões de Curt Lange e Mário de Andrade, à luz de seus contextos culturais, políticos e tecnológicos, sobre o lugar do Estado na construção de uma instituição de serviço público, em especial suas concepções sobre a radiodifusão pública como veículo educativo e o lugar de destaque da Discoteca Pública nessa proposta.
Palavras-chave Rádio escola; Discoteca Pública; política cultural; institucionalidade cultural; história cultural