Resumo
O artigo começa com a observação de que a sociedade mundial de hoje exibe uma bipolaridade em seu regime político e sugere uma interpretação baseada nas teorias sociológicas da inclusão e diferenciação funcional. Assim, (1) distinguimos os regimes políticos entre democráticos e autoritários, identificando os padrões valorativos subjacentes às decisões coletivamente vinculantes em cada caso. A democracia é entendida como um regime político baseado na 'autopoiese' de seus valores constitutivos, ao passo que em regimes autoritários observamos uma 'heterogênese' de seus valores. Com isso, acrescentamos (2) a ideia de que os estados modernos são caracterizados pelo imperativo da inclusão política individual; ao mesmo tempo, novos padrões surgem para a inclusão de coletividades. Concluindo, (3) postulamos que essa abordagem permite o estudo das transformações em curso nos processos de diferenciação nos dois tipos de regimes, fechando o argumento com a apresentação de uma visão geral da hierarquia de níveis nos processos políticos modernos e a diferenciação horizontal de subsistemas e organizações.
Palavras-chave Democracia; autoritarismo; inclusão; valores sociais; diferenciação interna