Resumo
Este trabalho propõe uma reflexão sobre as relações entre emoções, tempo e política, tendo como pressuposto a tensão entre as vivências subjetivas e a organização do fluxo da vida em passado, presente e futuro. Considerando a pluralidade de sentidos relacionados à experiência do tempo, exploramos os aspectos sociais e políticos ligados ao deslocamento das emoções das realidades imediatas, bem como as formas pelas quais os indivíduos entretêm relações afetivas com o tempo, revitalizando o passado ou imaginando o futuro de modo a engendrar formas de atuação política. O trabalho está organizado em duas seções de revisão bibliográfica relativas à fecundidade analítica de dois sentimentos: a nostalgia, com base em Berliner (2015), e a esperança, com base em Crapanzano (2004). Nas considerações finais, examinamos o rendimento heurístico do arcabouço conceitual delineado, apresentando algumas possibilidades de construção de objetos ligados às formas de atuação política.
Palavras-chave Emoções; tempo; esperança; nostalgia; emoções e política