Resumo
Neste artigo se analisará a 'zona vermelha' do bairro de Palermo como um conflito urbano que se transformou em um problema político. Vizinhos, travestis, funcionários públicos, autoridades religiosas e empresários se manifestaram a respeito da oferta de sexo de travestis nas ruas do bairro. As diferentes argumentações puseram em debate qual era o projeto de cidade que se devia promover a partir das políticas públicas e quem merecia viver na cidade e quem não. Neste trabalho se analisa o que acontece quando a desigualdade social se encontra no espaço público. Os repertórios morais dos diferentes atores envolvidos puseram em tensão quão tolerável podia ser a presença de práticas e identidades ilegítimas e como, a partir da gestão pública, a administração das distâncias e das proximidades espaciais entre os diferentes se converteu em um elemento vital para solucionar um conflito urbano e moral.
travestis; conflito urbano; espaço público; zona vermelha