A partir de observações etnográficas e entrevistas em profundidade, este artigo analisa a relação de força desigual entre os atores presentes em uma zona de prostituição travesti localizada nos limites urbanos do sul de Lima, a capital do Peru. Se os jovens travestis que vêm a cada noite para este lugar são o alvo de formas de violência e de dominação exercidas principalmente pela polícia e os clientes, reagem a esta situação implementando estratégias de contestação para permitir sua continuidade no comércio sexual e assegurar sua própria sobrevivência. O estudo destas interações evidencia certas lógicas individuais e coletivas que caracterizam o espaço social de grande precariedade, combinada com a exclusão e a transgressão originadas pela escolha sexual desses adolescentes e jovens em situação de prostituição.
violência; prostituição travesti; juventude; Lima; Peru