Resumo:
Através de uma abordagem crítica interseccional, esta pesquisa etnográfica exploratória analisa as imbricações de gênero, classe, etnia e sexualidade nas trajetórias de trabalho de um grupo de estilistas composto por mulheres trans, em Santiago de Cali e na Ilha de San Andrés, Colômbia. As distâncias sociais construídas entre diversos atores (estilistas gays, estilistas heterossexuais brancos ricos, pessoas “raizais” heterossexuais e clientes cisgenênero) criam significados específicos no que se refere ao trabalho nos salões de cabeleireiro e seus limites confusos com a prostituição. Se, por um lado, o efeito da classe e da dominação cisgênero impedem a ascensão social das mulheres trans “caleñas”; por outro, o tabu heterosexista do sistema étnico proíbe e nega que as feminilidades trans façam parte da identidade “raizal”.
Palavras-chave: trabalho; mulheres trans; salão de cabeleireiro; gênero; interseccionalidade