Resumo
Este trabalho analisa as crenças sobre a gravidez na juventude e sua relação com a decisão de interromper uma gravidez indesejada clandestinamente, a despeito da existência da Interrupção Legal da Gravidez (ILE). Trata-se de um estudo com abordagem fenomenológica que explora os universos de significado e sentido, respaldado por observação etnográfica e 32 entrevistas com alunos e 3 professores na Cidade do México. Constatou-se que a sexualidade é vivenciada em uma dimensão de culpa que afeta a dignidade e dificulta a tomada de consciência sobre os direitos sexuais e reprodutivos. O secularismo funciona apenas como um ideal constitucional, uma vez que as crenças e os preconceitos desempenham um papel essencial na criação de pontos de vista entre os estudantes. No entanto, o aborto ainda é visto como um pecado, mas, paradoxalmente, envolve práticas clandestinas que colocam em risco a saúde sexual e reprodutiva das meninas devido a inconsistências legais.
Palavras-chave: estudantes; aborto; direitos reprodutivos; México