Resumo
Este trabalho reflete sobre as campanhas contra assédio sexual que tomaram primeiro a mídia alternativa (em 2013) e depois a mídia comercial hegemônica no Brasil, na forma de um debate público que demonstra uma luta por reconhecimento. Através de conteúdos coletados dessas mídias no período entre 2013 a 2018, com foco nas campanhas Chega de Fiu Fiu e Meu Primeiro Assédio vinculadas a ONG Think Olga, o artigo mostra que o campo feminista buscou transformar o que nomeavam como “cultura do estupro” através de imagens e narrativas em primeira pessoa, lutando por sua voz e pelo reconhecimento do assédio como violência. Entretanto, vê-se que a mídia hegemônica tende a enfatizar a ideia de crime (como pedofilia) e de histórias dramáticas que atraem o público, e assim modificou os significados que a demanda feminista visava promover.
Palavras chave: mídia; gênero; sexualidade; direitos sexuais; violência