O presente artigo aborda as disputas em torno da sexualidade que tiveram lugar em Buenos Aires, Argentina, nas décadas do 60 e 70 do século XX. Assinaladas como o que se chamou de a “revolução sexual”, aquelas décadas foram o contexto de debates científicos e midiáticos que procuravam desvelar a verdade do sexo. No marco de tais debates, expressaram-se de modo confrontativo as feministas e a comunidade homossexual. O presente artigo reconstrói os detalhes daquela relação, na cidade de Buenos Aires, já que, até o momento, tal relação entre a “revolução sexual” e os grupos militantes mencionados foi trabalhada com superficialidade, quando não, ignorada. Mais concretamente, expõe-se o enfrentamento sustentado entre os discursos realizados pela psicanálise e a sexologia de divulgação e a União Feminista Argentina, o Movimento de Liberação Feminista e a Frente de Liberação Homossexual.
revolução sexual; psicanálise de divulgação; sexologia de divulgação; feminismo; homossexualidade; Buenos Aires