Resumo:
Este artigo analisa a produção de sentidos e saberes sobre o sexo entre homens e a sexualidade masculina durante julgamentos por crimes contra a honra militar na Marinha argentina (1960-1980) em um contexto de crescente autoritarismo. Argumenta que, em contraste com a escalada repressiva do período, o sucesso das forças armadas na construção de uma masculinidade hegemônica distava de ser uma realidade nas décadas de 1960 e 1970. O conhecimento produzido em julgamentos militares não chegou a constituir um conhecimento autoritativo (Jordan, 1991) sobre a sexualidade masculina. Em termos metodológicos, o artigo retoma a Guinzburg (1991), que argumenta que os “arquivos da repressão” podem servir tanto para fazer uma história de repressão quanto para um estudo da agência subjetiva.
Palavras-chave: sexualidade masculina; sexo entre homens; conhecimento autoritativo; Marinha Argentina; masculinidade