Este artigo analisa o efeito da condição étnico/racial para as mulheres negras trans no mercado sexual trans feminino em Cali, Colômbia. Trata-se de um estudo sobre o trabalho sexual a partir de uma perspectiva interseccional, através das contribuições do black feminism, articulando raça como cor de pele, autoidentidade de sexo/gênero, classe social e grupo etário na produção e no consumo de serviços sexuais oferecidos por mulheres não biológicas, que realizam, em determinados casos, o trabalho de cabeleireiras. A hipótese indica que o "exotismo dos corpos negros", no jogo dos capitais eróticos, valoriza sobremaneira as "mulheres masculinas" ou "ativas" dotadas de "pênis potente". Isto devido à convergência entre clientes cuja fantasia sexual se recria em uma mulher fálica e em homens biológicos, jovens de classes populares, em sua maioria negros, que reconstroem suas identidades de sexo/ gênero e encontram no mercado sexual um espaço de trabalho.
mulheres trans; sexualização; racialização; mercado de trabalho sexual; generização