O presente artigo pretende contribuir com elementos para o conhecimento do processo da transição à democracia no campo intelectual argentino. Em diálogo com a literatura existente sobre o período, queremos explorar um aspecto pouco observado, que corresponde à abertura democrática produzida na estrutura social que caminha em paralelo com a recuperação das garantias constitucionais. Referimo-nos em particular às transformações produzidas pela constituição de sujeitos políticos ligados ao movimento pelas liberdades sexuais. Nesse marco, focalizamos o ingresso de ativistas gays no espaço das artes visuais, cujas posições artísticas produzem rupturas em relação aos critérios dominantes. Propomos para isso uma interpretação das trajetórias de Jorge Gumier Maier e Marcelo Pombo, nas quais destacamos uma relação de continuidade entre uma posição dissidente no que diz respeito à norma sexual, e à frente das hierarquias da cultura legítima.
transição à democracia; campo intelectual; ativismos homossexuais; artes visuais; Buenos Aires