Resumo
Este artigo explora três interpretações do debate sobre ideologia de gênero na Colômbia em fins de 2016: como estratégia política, como recurso retórico e expressivo, e como resistência à mudança nas relações de gênero e sexualidade na sociedade colombiana. Embora as três interpretações expliquem, cada uma à sua maneira, o acontecido, não obstante, são insuficientes. Argumenta-se, então, que o uso da noção “ideologia de gênero” não só facilitou a emergência de novos sujeitos políticos, mas também a revitalização de setores já consolidados politicamente. Neste sentido, a ideologia de gênero possibilitou a articulação de setores sociais dissímeis mediante a estruturação de um sentido coletivo em um momento conjuntural do país, no qual se negociava um novo pacto social.
Palavras-chave: articulação; conflito; formação de públicos; populismo; transições políticas