Resumo
O trabalho objetiva analisar os processos de representação política não eleitoral que emergem do debate sobre o melhor modelo de escola para pessoas surdas. Investigamos como fontes de autoridade são acionadas por surdos ou pessoas com deficiência, especialmente aquelas relacionadas à presença física (identidades adscritivas) e à autoafirmação das identidades (autoadscrição). As unidades de análise (claims) foram extraídas de três arenas: de um grupo de lideranças surdas do Facebook, de uma audiência pública do Judiciário e da Conferência Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Conclui-se que o corpo é uma fonte de autoridade tão importante quanto o discurso, que a língua de sinais revela uma dimensão de intraduzibilidade exposta pela presença e que os aspectos culturais das línguas de sinais promovem rupturas nas dinâmicas convencionais de representação.
Palavras-chave: representação não eleitoral; fonte de autoridade; identidade adscritiva; educação de surdos; surdos