Resumo
Neste texto analisamos o papel do Estado cubano em relação à política pública de saúde reprodutiva, a partir de reflexões epistemológicas do pensamento feminista negro em diálogo com outras abordagens críticas. A partir de tais abordagens, discutimos alguns resultados de uma pesquisa de doutorado realizada anteriormente sobre este tema. Constatamos que tanto os enunciados dos documentos normativos, como os processos administrativos e os diversos mecanismos institucionais associados à saúde reprodutiva, recriam lógicas coloniais de gênero, raça e parentesco que inscrevem os projetos de gestação e parentalidade numa matriz de dominação marcada pelo racismo reprodutivo e a heterossexualidade hegemônica, limitando as possibilidades de tal política se tornar um projeto de justiça reprodutiva.
Palavras-chave: feminismo negro; hifenização; saúde; reprodução; Cuba