Open-access Diferenças individuais em mulheres na avaliação da atratividade facial: uma revisão

Individual differences in women in the assessment of facial attractiveness: a review

Resumos

Este artigo apresenta uma revisão teórica sobre três fatores que podem influenciar no julgamento da atratividade facial: cuidado parental, fatores psicológicos e percepção da dominância, todos relacionados às diferenças individuais. Discute-se se eles afetam os resultados de estudos que envolvam percepção facial, de modo a refutar a hipótese dos hormônios como os maiores influenciadores no julgamento da atratividade. Encontrar as possíveis variáveis que influenciam a atratividade facial pode ajudar a explicar os resultados controversos, além de ampliar o conhecimento sobre a escolha do parceiro.

Diferença individual; atratividade facial; julgamento da atratividade; percepção facial


This paper is about a review on three factors that may affect the judgment of facial attractiveness: parenting care, psychological factors and dominance. They are all related to individual differences. It is discussed whether they may affect the results of studies involving face perception, refuting the hypothesis that hormones have major influence in attractiveness judgments. Finding possible variables that influence facial attractiveness may help to explain the controversial results in this area broadening our understanding about mate choice.

Individual difference; facial attractiveness; judgment of attractiveness; facial perception


A teoria evolucionista sugere que algumas caracterís- ticas que beneficiam um indivíduo no seu habitat podem gerar uma maior capacidade de sobrevivência e reprodução da espécie, transmitindo seus genes às gerações seguintes e promovendo-lhes uma maior adaptação ao meio. É assim que muitos mecanismos inatos se desenvolvem. A seleção natural age nas características genéticas favoráveis dos indivíduos, sendo que aqueles com uma melhor genética terão maior probabilidade de sobrevivência, deixando mais descendentes (Enquist, Ghirlanda, Lundqvist, & Wachtmeister, 2002; Thornhill & Gangestad, 1996). Assim, essas características, conhecidas como fenótipo, quando consideradas sinais de atratividade para o outro sexo, passam uma informação biológica do genótipo da espécie. Esse genótipo, muitas vezes citado como "bons genes", é o conjunto genético do indivíduo que lhe promove certa habilidade adaptativa ao meio, sendo o sistema imune um dos fatores mais significativos desse genótipo. O sistema imunológico é a primeira defesa do organismo frente a um dano tecidual. A imunidade caracteriza-se pela rápida resposta à agressão, sendo a primeira linha de defesa do organismo, e tornando-se assim um aspecto fundamental para a sobrevivência do indivíduo. Por consequência, quanto maior a probabilidade de sobrevivência, mais descendentes poderão ser gerados, passando-se assim o genótipo para as próximas gerações (De Castro, Souza, & Bezerra, 2008; Souza et al., 2010; Thornhill & Gangestad, 1996).

Segundo alguns autores, altos níveis de hormônios sexuais sugerem um melhor sistema imune. Níveis de testosterona e estrogênio modulam algumas características faciais, masculinizando ou feminilizando a face, sendo assim, essas características seriam ótimos indicadores da "qualidade genética" do indivíduo (Jasienska, Ziomkiewicz, Ellison, Lipson, & Thune, 2004; Johnston, Hagel, Flanklin, Fink, & Grammer, 2001; Penton-Voak et al., 1999; Perrett, May, & Yoshikawa, 1994; Sefcek, Brumback, Vasquez, & Miller, 2007).

Algumas de nossas decisões cotidianas estão envolvidas em escolhas cognitivas e emocionais, por exemplo, a escolha do parceiro (Johnston, 2006). A atratividade pode ser considerada como um mediador da seleção sexual, já que as características consideradas atraentes na verdade podem passar uma informação biológica importante sobre o potencial parceiro (Johnston, 2006). Autores como Diamond (2004), Thornhill e Gangestad (1996) e outros tentam explicar esse evento seguindo o raciocínio de que o sucesso reprodutivo do indivíduo está na escolha de um parceiro com um sistema imunológico mais forte, que proporcione descendentes com maiores probabilidades de sobrevivência (Bakker, Kunzler, & Mazzi, 1999; Thornhill & Gangestad, 1999).

Com base nisso, DeBruine et al. (2006), Johnston (2006) e Penton-Voak e Perrett (2000) quiseram comprovar e identificar se realmente algumas características faciais estavam ligadas a uma maior adaptação da espécie. Esses autores verificaram que a masculinização dos estímulos faciais e a etapa do ciclo menstrual da julgadora realmente influenciavam na atratividade. Por esses resultados, a lógica de se relacionar hormônios com atratividade facial foi afirmada e aceita. Porém, os mesmos autores encontram resultados controversos sobre o tema. A preferência encontrada por faces feminilizadas, independentemente da etapa do ciclo menstrual, gera um questionamento sobre a real influência dos hormônios na atratividade facial e geram discussões em vários artigos já publicados (DeBruine et al., 2006; Fink & Penton-Voak, 2002; Grammer & Thornhill, 1994; Harris, 2011; Johnston, 2006; Jones et al., 2005; Penton-Voak et al., 2003; Penton- Voak et al., 1999; Perrett et al., 1998).

Para identificar a influência dos níveis hormonais na percepção facial da mulher no decorrer do seu ciclo menstrual, Penton-Voak et al. (1999), manipularam graficamente por meio de programa de computador uma face masculina, exagerando ou reduzindo diferentes características faciais, proporcionando assim 5 imagens de faces com vários níveis de masculinização e feminilização. Obtendo- se respostas de mulheres a um questionário, verificou-se que as mulheres que respondiam na fase folicular tinham uma maior preferência por faces mais masculinizadas, enquanto que mulheres que respondiam na fase lútea preferiam rostos mais feminilizados. Penton-Voak et al. ainda concluiram que as mulheres preferem características faciais que sinalizam altos níveis de testosterona, pois pode ser uma indicação da imunocompetência do futuro parceiro. Penton-Voak e Perrett (2000) sugerem que a preferência por faces masculinizadas ocorre no período fértil como uma tática para obtenção de "bons genes" para a prole, já que é a fase de maior risco de fecundação, enquanto que a preferência por faces feminilizadas na fase lútea seria na procura de um parceiro fiel e um bom pai para a prole. Essa afirmação também foi reavaliada e aceita por vários outros autores (Gangestad, Simpson, Cousins, Garver-Apgar, & Christensen, 2004; Jones et al., 2008; Little, Jones, & DeBruine, 2008; Little et al., 2010; Penton-Voak & Perrett, 2000), porém, Cornwell et al. (2004) e Swaddle e Reierson (2002) encontraram resultados opostos a estes, ou seja, mulheres que não mostram nenhuma preferência por faces masculinizadas. Harris (2011) também refuta em seu estudo que não há evidências suficientes para afirmar que a preferência por faces masculinizadas ocorre simplesmente para a obtenção de um melhor sistema imune para os futuros descendentes. Sendo assim, essas teorias requerem sérias reconsiderações e os modelos de "bons genes" não podem justificar completamente o julgamento das mulheres sobre a atratividade facial masculina (Franklin & Adams, 2009; Harris, 2011; Macrae, Alnwick, Milne, & Schloerscheidt, 2002). Outro questionamento também surge quando DeBruine, Jones, Crawford, Welling e Little (2010) fizeram um estudo em 30 países e descobriram que há um aumento na preferência pela masculinização conforme diminui a saúde no país, mostrando que a atenção em alguns sinais de qualidade do parceiro pode depender do ambiente, sendo essa qualidade selecionada somente em resposta à variação ambiental. Além disso, existem sinais faciais que passam informações sobre a personalidade do indivíduo (pessoa controladora, egoísta, bom pai, confiável, etc.) e que podem influenciar no julgamento da atratividade (Jasienska et al., 2004; Johnston et al., 2001; Penton-Voak et al., 1999; Perrett et al., 1994; Sefcek et al., 2007). Por fim, existem as diferenças individuais, um fator ainda pouco estudado, que vem mostrando grande influência nos resultados sobre atratividade facial (Fink & Penton-Voak, 2002; Harris, 2011; Jones et al., 2005; Penton-Voak et al., 2003; Thornhill & Gangestad, 1999).

É notório que em muitos artigos os resultados controversos são explicados sempre por dois motivos: (a) diferenças na metodologia utilizada e (b) diferenças individuais da preferência (Gangestad et al., 2004; Johnston, 2006; Jones et al., 2008; Little et al., 2008; Little et al., 2010; Penton-Voak & Perrett, 2000; Penton-Voak et al., 1999).

DeBruine et al. (2006) testaram três metodologias de manipulação dos protótipos faciais (imagens de faces que mostram a aparência típica de um grupo de pessoas, produzidas através da sobreposição de várias imagens faciais; Mendes, Arrais, & Fukusima, 2008) para verificar se havia influencia destes na percepção da atratividade. As metodologias de manipulação de faces utilizadas foram: (a) feminilização do protótipo masculino utilizando características femininas, (b) feminilização do protótipo masculino utilizando características de faces masculinas mais feminilizadas e (c) manipulação do protótipo masculino proporcionando faces com características mais velhas e mais jovens. DeBruine e colaboradores não encontraram diferença entre as metodologias, porém explicam que utilizam o método de escolha forçada, não avaliando as variações individuais na preferência de masculinidade. Os próprios autores sugerem que as variações encontradas nas preferências por faces masculinizadas mostram que existe uma atração ainda desconhecida, por uma qualidade ou característica facial, que se expressa de formas diferentes por cada indivíduo (DeBruine et al., 2006). Já Rennels, Bronstad e Langlois (2008) decidiram utilizar o método tanto de escolha forçada e não forçada e verificaram que a utilização de características de faces femininas nas faces masculinas pode promover menor atratividade. Porém, esses autores mostram a preocupação com as limitações que ainda existem nesses estudos, explicando que outros fatores (como as diferenças individuais), além dos estímulos faciais, podem afetar os resultados dos estudos de atratividade facial.

Compreender a atratividade facial exige uma investigação de como (a) estímulos faciais, (b) características avaliadas, (c) contexto e (d) a questão que se formula (por exemplo, preferências da atratividade geral ou de acasalamento) interagem uns com os outros para afetar as preferências. Oosterhof e Todorov (2008)afirmam que em contextos específicos, outras dimensões da avaliação do rosto podem ser críticas para a decisão de escolha do parceiro. Os indivíduos usam diversos tipos de estratégias reprodutivas, e escolhem a que consideram melhor em cada situação (Gross, 1996).

Observando todas essas controvérsias encontradas em estudos sobre atratividade facial, foi realizada uma revisão seletiva de alguns artigos que analisassem o tema, para avaliar quais os possíveis motivos desses resultados. Para isso, foi feita uma busca por artigos relacionados ao tema, indexados às bases de dados "Science Direct", "Pub Med", "Google Scholar" e "Psychological Abstract". Os artigos são de pesquisas datadas entre os anos de 1991 a 2011, tendo somente dois artigos mais antigos, um de 1972 e um de 1975. Para encontrar tais artigos, utilizaram-se algumas palavras-chave e expressões como: facial attractiveness, male facial attractiveness, face perception, physical attractiveness, menstrual cycle, self attractiveness, dominance, mate choice, mate preferences, immunocopentence and sexual selection.

Neste artigo foi feita uma análise entre os estudos já realizados sobre o tema para identificar os pontos de discordância dos autores e mostrar as questões ainda em aberto na literatura. As controvérsias entre os resultados encontrados nos vários estudos sobre o tema nos levam a questionar qual o motivo de tal situação e quais outros fatores que poderiam influenciar nesses resultados. Pro-põe-se aqui que nem o fator 'preferência individual' e nem sua influência nos resultados estão sendo estudados com a devida importância nos estudos já realizados. É de nossa intenção ressaltar essas diferenças encontradas e questionar sobre as metodologias utilizadas. E finalmente, sugerimos possíveis análises para verificar o quanto esse fator pode influenciar na percepção facial.

Julgamento de Atratividade

O que se é considerado atraente hoje seria somente reflexo da moda atual, ou fatores biológicos e instintivos também estariam influenciando no julgamento da atratividade? Aspectos como: corte de cabelo, barba, maquiagem, brincos são traços culturais que promovem uma "moda" ou "estilo" e podem contribuir para a escolha do parceiro (Kościński, 2008). Porém, sem esses traços, quais sinais são considerados mais ou menos atraentes e por quê? O objetivo de diversas pesquisas é comprovar que a atratividade possui uma complexidade muito maior que vai além das influencias culturais.

Petrie (1994), ao estudar pavões verificou que os indivíduos que têm uma cauda maior possuem maior taxa de sobrevivência do que os com cauda mediana; e essa melhora de sobrevivência é evidente em seus descendentes. Seguindo o raciocínio da teoria evolucionista, fêmeas que têm preferência por pavões de caudas maiores aumentariam a probabilidade de sobrevivência dos seus descendentes, promovendo assim uma seleção natural destes indivíduos no meio. O julgamento da atratividade poderia ser considerado então um comportamento seletivo para proporcionar uma maior adaptação na geração de descendentes que sejam mais propensos a sobreviverem ao meio.

Na espécie humana o julgamento da atratividade facial tem sido marcado por traços de hormônios moduladores. Foi encontrado que faces de mulheres com características que indicassem altos níveis de estrogênio (como lábios mais volumosos, olhos maiores e queixo mais fino) eram consideradas mais atraentes. Enquanto que para as faces de homens, as características mais atraentes eram as que indicassem altos níveis de testosterona (lábios finos, narinas maiores, olhos pequenos e queixo largo; Cunningham, Roberts, Barbee, & Druen, 1995; Rogol, Roemmich, & Clark, 2002). Estas características sexuais secundárias promoveriam assim, tanto em mulheres quanto em homens, sinais que indicam de forma precisa a qualidade genética do indivíduo, ou seja, se o indivíduo possui uma boa ou má genética (Johnston, 2006; Klei, 2004). Porém, somente a presença desses traços não é suficiente para proporcionar uma maior atratividade. Maiores níveis hormonais, que proporcionam a acentuação desses traços faciais, geram então, uma maior preferência no momento do julgamento da atratividade. A explicação que os autores dão para esses achados seria que homens com maiores níveis de testosterona possuem os rostos mais masculinizados, e esses passariam a informação de um melhor sistema imune (Johnston, 2006; Klei, 2004).

Porém, ainda há muitas especulações sobre a teoria da preferência por "bons genes", já que não existem evidências concretas que a masculinização em faces de homens possa garantir um melhor sistema imune (Folstad & Karter, 1992; Little, Burt, Penton-Voak, & Perrett, 2001; Perrett et al., 1994). Folstad e Karter (1992) verificaram que o aumento de testosterona, na realidade, aumenta a suscetibilidade às doenças e inibe o sistema imunológico. Esse achado derruba a teoria que altos níveis de hormônios andrógenos geram sinais honestos de uma boa genética, porque, se assim fosse, mulheres que acham mais atraentes faces de homens mais masculinizados (ou seja, com maiores níveis de testosterona) acabam por selecionar um fraco sistema imunológico para os seus descendentes. Muehlenbein e Bribiescas (2005)também citam como a associação com testosterona e resistência a doenças ainda é inconsistente.

Segundo Kruger (2006) a seleção do parceiro pode ser baseada em propriedades como a atratividade física, status social e qualidades interpessoais. A estratégia na escolha do parceiro visivelmente não é influenciada somente por um fator, porém, por uma gama de variáveis, que juntas, analisam o custo-benefício e levam a uma resposta cognitiva e emocional que melhor se adéque ao indivíduo. DeBruine et al. ( 2010), citaram em um de seus estudos que as mulheres variam amplamente sua preferência pela masculinidade e isso seria o reflexo de como a mulher resolve a questão entre baixo investimento e saúde da prole. A busca pela qualidade não necessariamente se resume à procura de uma "boa genética" ou saúde, mas também pela análise de qualidade em muitos aspectos, como inteligência, fertilidade, cuidado parental, fidelidade, etc. Como esses aspectos são analisados e o quanto influenciam na escolha do parceiro é o que proporciona as diferenças individuais (Bakker et al., 1999; Gangestad & Simpson, 2000; Gross, 1996; Harris, 2011; Rhodes, 2006).

Diferenças Individuais

A atratividade parece exercer uma forte influência nas interações sociais. Autores já verificaram que pessoas que são consideradas atraentes passam a impressão de serem mais felizes e com melhor vida profissional do que as pessoas consideradas menos atraentes, o que parece levar a um estereótipo de características de personalidade (Diener, Wolsic, & Fujita, 1995; Dion, Berscheid, & Walster, 1972; Mathes & Kahn, 1975). Ou seja, o ser humano possui certa facilidade em agrupar características físicas e relacioná-las com um perfil de personalidade, proporcionando um julgamento antecipado do indivíduo antes mesmo de conhecê-lo.

Porém esse agrupamento não é similar para todos os indivíduos. A percepção facial ocorre, entretanto, a atratividade pode ser influenciada por experiências passadas e por estímulos externos (Belsky, 2010; Harris, 2011; Johnston et al., 2001; Jones et al., 2005).

Pouco é sabido sobre o quanto a atratividade pode ser influenciada por benefícios indiretos, por exemplo, pelo cuidado parental (Rhodes, 2006). Uma análise dessas variáveis pode nos ajudar a ampliar o conhecimento sobre a atratividade e mostrar o caminho para solucionar as controvérsias já encontradas em muitos estudos.

Existem fatores como o cuidado parental, fatores psicológicos e percepção da dominância, que poderiam ser os responsáveis pelos resultados ambíguos dos estudos de atratividade. Alguns desses fatores, apesar de já conhecidos, nunca foram analisados juntos como variáveis, para verificar sua verdadeira influência na resposta dos indivíduos. Esses fatores não devem ser subjugados, pois, apesar de não avaliados profundamente, estes sempre são citados como estratégia reprodutiva individual (Franklin & Adams, 2009; Harris, 2011; Johnston et al., 2001; Jones et al., 2005; Little & Mannion, 2006; Penton-Voak et al., 2003).

Cuidado Parental

Estudos em que se avalia a influência da etapa do ciclo menstrual no julgamento de atratividade de faces de homens mostram que mulheres no período de ovulação têm preferência por faces masculinizadas. Penton-Voak e Perrett (2000) relatam que mulheres que estão mais próximas da etapa fértil (fase folicular) acham mais atraentes faces mais masculinizadas, enquanto mulheres que se encontram em uma etapa não fértil do ciclo (fase lútea), acham mais atraentes faces mais femilinizadas (Gangestad et al., 2004; Penton-Voak & Perrett, 2000; Penton-Voak et al., 1999). Porém, Peters, Simmons e Rhodes (2009) não encontraram evidência da influência da mudança das etapas do ciclo menstrual na preferência para simetria e masculinidade para faces masculinas, além de não encontrar diferenças significativas entre as taxas de atratividade. Um dos motivos pode ser como as participantes interpretam a palavra 'atratividade'. Elas podem escolher uma face atraente somente, ou se pensar na possibilidade de um envolvimento. Penton-Voak et al. (1999) verificaram isso quando perguntavam para as participantes sobre períodos de relacionamentos. Quando a participante devia escolher a face mais atraente para um "relacionamento de longo prazo" ou "relacionamento de curto prazo", não foi encontrada influência da etapa do ciclo menstrual nos resultados. Mulheres quando questionadas a escolher faces de homens para um relacionamento de longo período (namoro ou casamento) tendem a escolher faces de homens mais feminilizadas, enquanto que para curto relacionamento (um caso) tendem a escolher faces masculinizadas. Isso pode ocorrer porque faces masculinizadas são indicadores de altos níveis de testosterona; e homens com esses níveis hormonais tendem a ser menos fieis nos relacionamentos, ter menos cuidado com a prole e ser mais agressivos, enquanto que homens com baixos níveis desses hormônios tendem a serem mais atenciosos, fieis e bons pais (Gangestad & Simpson, 2000; Gross, 1996). Dessa forma, a escolha por faces mais feminilizadas pode ser uma estratégia para obtenção de benefícios indiretos na escolha de um "bom pai" que possa oferecer um melhor cuidado parental para os descendentes (Gangestad & Simpson, 2000; Gross, 1996; Johnston, 2006; Little, Cohen, Jones, & Belsky, 2007). Assim, o julgamento da atratividade pode estar relacionado à percepção de recursos físicos e psicológicos (Johnston, 2006).

Porém, dependendo de certas fases da vida, psicológicas ou de idade, a mulher pode escolher uma face mais atraente conforme suas necessidades atuais. Mulheres já casadas supostamente não estariam à procura de um bom pai, assim quando se pergunta para essas participantes qual das faces é mais atraente, existe uma maior probabilidade delas escolherem a face mais pelo valor estético do que pela procura de um parceiro em potencial (Vukovic et al., 2009). Assim, independentemente de como a mulher interpreta a pergunta que o experimentador coloca ou explica como 'atratividade', a resposta dela pode ser influenciada pela escolha de um parceiro do que simplesmente pela preferência por certas características faciais (hormônios moduladores).

Devido a essas influências seria interessante avaliar essas variáveis nos estudos, verificando-se a idade da mulher, se é casada, se namora, se é solteira, se tem filhos, e se essas diferenças influenciam os resultados do julgamento da atratividade facial.

Fatores Psicológicos

Uma das variações encontradas na preferência de faces foi que mulheres que se consideram atraentes mostram uma maior preferência por faces masculinizadas, enquanto que mulheres que não se consideram atraentes tendem a preferir faces mais feminilizadas (Little et al., 2001; Little, Jones, & DeBruine, 2011). Esse achado talvez possa refletir a condição dependente da estratégia na escolha do parceiro. A não preferência pelas marcas que poderiam sinalizar uma boa herança genética pode ser uma adaptação de mulheres com baixa qualidade de parceira (Little et al., 2001).

Um indicador de autoatratividade seria a medida WHR (sigla para waist-to-hip ratio, sendo a tradução: taxa de cintura-para-quadril) é uma das melhores medidas da condição feminina para autoatratividade (Penton-Voak et al., 2003) e segundo Singh (1995), o WHR é a característica chave para o julgamento feminino de atratividade, sendo assim, mulheres com baixo WHR demonstram uma maior autoestima. Mulheres com baixa atratividade facial e com alto WHR têm preferência por faces feminilizadas no contexto de um longo relacionamento e mulheres com baixo WHR não mostraram variação na preferência das faces nos relacionamentos de curto ou longo prazo (Jones et al., 2005; Penton-Voak et al., 2003).

Little et al. (2001) confirmam a possibilidade de que essa preferência pela masculinidade para mulheres que se consideravam atraentes pode ser uma estratégia individual para a escolha do parceiro e que o julgamento da atratividade facial pode depender de mais fatores do que somente "bons genes". A escolha do parceiro nessa condição promove uma competitividade em que mulheres que se consideram menos atraentes, ou menos competitivas, escolhem homens menos masculinizados, evitando gasto de energia em competir com as mulheres mais atraentes (Jennions & Petrie, 1997; Little et al., 2001; Penton-Voak et al., 2003).

Outro fator que também pode ser averiguado nos estudos é a influência dos efeitos externos. Little e Mannion (2006) verificaram que mulheres que eram expostas a faces de mulheres atraentes mudavam sua própria percepção de atratividade, o que modificava suas preferências por faces mais ou menos masculinizadas.

As possíveis influências das condições psicológicas e a preferência facial também não foram muito bem estudadas (Jones et al., 2005). Fatores psicológicos, como ansiedade, depressão e estresse, podem refletir as condições das mulheres e podem influenciar na saúde física (Brunner & Marmot, 1999). Mulheres com melhores condições de saúde são propensas a escolherem homens com um melhor sistema imunológico do que mulheres com condições pobres de saúde (Bakker et al., 1999). Essa seria uma resposta adaptativa já que somente mulheres em boas condições de saúde seriam capazes de obter parceiros saudáveis. A própria condição de saúde da mulher pode influenciar na preferência de faces com características que indiquem sistema imune forte e saudável (Gangestad & Simpson, 2000; Thornhill & Gangestad, 1999).

Jones et al. (2005) e também Little e Mannion (2006) encontraram uma relação entre a condição física da mulher e sua preferência por faces de homens mais masculinizadas. Mulheres com baixos níveis de estresse, depressão e ansiedade mostram forte preferência por faces de homens mais saudáveis, diferentemente das mulheres com altos níveis desses fatores.

Sendo assim, a autoatratividade acaba por interferir na percepção da atratividade. Esse seria um fator interessante de ser analisado nos estudos de percepção facial e de atratividade com o objetivo de averiguar como e o quanto essa variável pode afetar os resultados. Outra forma de medir esse fator poderia ser o WHR, que é associado com atratividade de corpo, saúde médica e fertilidade (Singh, 1993). Escalas de autoestima e depressão também poderiam ser usadas na avaliação (Martín-Albo, Núñez, Navarro, & Grijalvo, 2007; Souza & Ferreira, 2005).

Percepção da Dominância

Segundo a discussão de "sinais de bons genes" é esperado ver um padrão simples, que seria a generalização da preferência por faces mais masculinizadas. Entretanto, tal preferência não é consistentemente encontrada (Harris, 2011).

Um modelo recente de julgamentos sociais de faces, criado por Johnston et al. (2001), mostrou que a percepção de dominância é um fator inicial de uma série de avaliações sobre sua personalidade, aparência e estado emocional. Funcionalmente, a dominância percebida através de dicas faciais dá origem a inferências sobre as intenções da pessoa, prejudicial ou inofensivo (DeBruine, 2005; Oosterhof & Todorov, 2008). As percepções precisas de expressões emocionais e da dominância de indivíduos da mesma espécie são fundamentais para a sobrevivência e para boas interações sociais.

A dominância sinaliza possível poder, o que poderia significar bons genes, mas não necessariamente signifique um lucro positivo nas interações sociais (Wood & Eagly, 2002). Características de personalidade positivas são benéficas para a vida social e levam a um beneficio de sobrevivência, como por exemplo, a cooperação pode ser considerada como parte da personalidade e pode ter aspectos hereditários (Harris, 2011). Esse comportamento traz benefícios para a espécie, principalmente às que se organizam socialmente.

Parece existir uma associação entre as características masculinas e a dominância (Puts, 2010; Watkins, Jones, & DeBruine, 2010). Porém, Swaddle e Reierson (2002) verificaram que a masculinização facial aumenta a dominância (sinais faciais que passem a informação de força, liderança ou poder), mas não necessariamente a atratividade. Em um de seus estudos, Johnston et al. (2001) mostraram que a atratividade, saúde e as marcas de hormônios seguem uma linha de preferência que se altera conforme o contexto. Eles pediram que as participantes dessem notas para as faces utilizando os termos "Amigo", "Inimigo" e "Amante". Os resultados mostraram que a associação ao termo "Amante" aumentava quanto maior a masculinização da face, porém, depois de um certo grau de masculinização a associação ao termo "Inimigo" começa a prevalecer. Johnston afirma que tal observação comprova que marcas faciais com maior intensidade de testosterona estão associadas com dominância e características negativas, tais como: um homem manipulador, controlador ou egoísta. Johnston debate sobre a possibilidade de uma atração pela face masculinizada acima da média, e pela não preferência por faces com uma masculinização mais acentuada.

O grau de masculinização utilizado nos estudos parece influenciar nos resultados, já que existe uma linha muito tênue que separa o percebido por face masculina atraente da face masculina dominante. A escolha de uma face menos dominante pode ser uma estratégia para um ganho no cuidado parental e social; porém, há poucos estudos em que se comparam dominância e atratividade, o que dificulta o entendimento desse tema.

Assim, parece um ponto importante a ser adicionado nos próximos estudos de atratividade. A inclusão dos fatores de associação aos termos "Amigo", "Inimigo" e "Amante" utilizado por Johnston et al. (2001) parece ser uma alternativa interessante para avaliar se a masculinização da face pode ser interpretada como dominância, podendo gerar menos atratividade percebida para algumas participantes.

Conclusão

As pessoas fazem julgamentos estéticos sobre os outros indivíduos, o que tem um importante efeito na escolha do parceiro. De uma perspectiva adaptativa, esse comportamento deveria ter sido selecionado se promovesse uma função vantajosa no passado evolutivo do ser humano.

Uma noção geral de alguns resultados encontrados sobre o julgamento da atratividade promoveu a ideia que tal análise servia para discriminar uma condição fenotípica do indivíduo. Porém, achados mostram que a promessa de "bons genes" não seria um fator predominante no momento da escolha do parceiro (Fink & Penton-Voak, 2002; Harris, 2011; Jones et al., 2005; Penton-Voak et al., 2003; Thornhill & Gangestad, 1999).

Existem consideráveis evidências de que o julgamento da atratividade pode ser influenciado pelas diferenças individuais e que estas, juntas, proporcionariam uma análise de custo-benefício, promovendo um julgamento que melhor satisfaça o indivíduo (Bakker et al., 1999; Gangestad & Simpson, 2000; Gross, 1996; Harris, 2011; Penton-Voak & Perrett, 2000; Rhodes, 2006). Algumas variáveis já mostraram grande influência como a de autoatratividade (Jones et al., 2005), porém, essas diferenças são normalmente citadas de forma isolada em discussões de estudos, somente para explicar possíveis resultados controversos (Johnston, 2006; Little & Mannion, 2006; Penton-Voak et al., 2003; Thornhill & Gangestad, 1999).

Algumas das diferenças individuais mais citadas seriam: cuidado parental, fatores psicológicos e percepção da dominância. Todos esses fatores mostram uma estratégia do indivíduo em ganhos, mais nas interações sociais do que na genética. Atratividade pode ser considerada bem mais como um mecanismo de aprendizado social do que um mecanismo adaptativo da seleção natural. As diferenças na atratividade entre as culturas (como caucasianos e japoneses) mostram uma regra de aprendizado (Harris, 2011).

Fica claro que apesar da gama de estudos sobre percepção facial, ainda existem falhas nas metodologias utilizadas, já que alguns resultados ainda ficam sem explicação. O número pequeno, porém constante nos estudos, de participantes que mostram preferência por faces feminilizadas, não pode ser considerado como um resultado enganoso. Essas diferenças encontradas mostram uma oportunidade de ampliar os conhecimentos sobre a percepção facial e entender de forma mais holística esse tema.

Ainda não foi feito nenhum estudo profundo sobre quais são as possíveis diferenças individuais que realmente influenciam o julgamento da atratividade e o mais importante, como controlar essas variáveis nos próximos estudos para que não gerem resultados ambíguos. Estudos futuros sobre atratividade facial poderiam analisar de forma conjunta as diferenças individuais e verificar o quanto estas podem afetar a preferência por faces masculinizadas e feminilizadas, promovendo uma visão mais ampla sobre o tema.

Referências

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Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    2014

Histórico

  • Recebido
    18 Jul 2012
  • Revisado
    07 Jan 2013
  • Aceito
    16 Abr 2013
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