Open-access Uso da revisão integrativa nos cursos brasileiros de pósgraduação em enfermagem: estudo bibliométrico

RESUMO

Objetivos:  analisar a produção científica brasileira, na pós-graduação em enfermagem, que utilizou o método da revisão integrativa.

Métodos:  bibliometria, realizada no banco de dissertações e teses da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, em outubro de 2018.

Resultados:  foram localizadas 35 dissertações e 1 tese. A maior produção ocorreu na Universidade de São Paulo; a principal referência metodológica foi Mendes, Silveira e Galvão (2008); e, para coleta de dados, Ursi (2005). A base mais utilizada foi CINAHL; e as plataformas, LILACS e PubMed. O recorte temporal variou de 5 a 30 anos; e a amostra, entre 6 a 299 textos. Alguns estudos não citaram descritores, período de levantamento dos dados, critérios de exclusão nem recorte temporal.

Conclusões:  apesar da propagação de estudos de revisão integrativa, observa-se sua subvalorização na pós-graduação stricto sensu em enfermagem e fragilidades na execução do método, com ausência de elementos importantes.

Descritores: Enfermagem; Revisão; Educação Superior; Educação de Pós-Graduação em Enfermagem; Bibliometria

ABSTRACT

Objectives:  to analyze the Brazilian scientific integrative review production in postgraduation nursing programs.

Methods:  bibliometric design, carried out in the database of dissertations and theses of the Coordination for the Improvement of Higher Education Personnel, in October 2018.

Results:  35 dissertations and 1 thesis were found. Most studies were carried out at the University of São Paulo; the main methodological reference was Mendes, Silveira and Galvão (2008); for data collection, it was Ursi (2005). The most used database was CINAHL, followed by LILACS and PubMed. The period of publication varied from 5 to 30 years; and the sample, from 6 to 299 texts. Some studies did not mention keywords, data collection period, exclusion criteria or publishing period.

Conclusions:  despite the growing popularity of integrative review studies, they are undervalued in the stricto sensu postgraduation program in nursing and there are shortcomings in the implementation of the method, related to the absence of important elements.

Descriptors: Nursing; Review; Education, Graduate; Education, Graduate, Nursing; Bibliometrics

RESUMEN

Objetivos:  analizar la producción científica brasileña, en el postgrado en enfermería, que utilizó el método de la revisión integrativa.

Métodos:  bibliometría, realizada en el banco de disertaciones y tesis da la Coordinación de Perfeccionamiento de Personal de Nivel Superior, en octubre de 2018.

Resultados:  han sido localizadas 35 disertaciones y 1 tesis. La mayor producción ocurrió en la Universidad de São Paulo; la principal referencia metodológica ha sido Mendes, Silveira y Galvão (2008); y, para recogida de datos, Ursi (2005). La base más utilizada ha sido CINAHL; y las plataformas, LILACS y PubMed. El recorte temporal ha variado de 5 a 30 años; y la muestra, entre 6 a 299 textos. Algunos estudios no citaron descriptores, período de levantamiento de los datos, criterios de exclusión ni recorte temporal.

Conclusiones:  a pesar de la propagación de estudios de revisión integrativa, se observa su subvalorización en el postgrado stricto sensu en enfermería y fragilidades en la ejecución del método, con ausencia de elementos importantes.

Descriptores: Enfermería; Revisión; Educación Superior; Educación de Postgrado en Enfermería

INTRODUÇÃO

A revisão integrativa reúne, de forma ordenada, resultados de pesquisa sobre um tema com o objetivo de facilitar a utilização de evidências científicas na prática clínica. Passou a ser relatada como método de pesquisa a partir de 1980(1), mas até 1998 não foram encontrados estudos de enfermagem no Brasil utilizando essa metodologia(2). Na primeira década dos anos 2000, começaram a surgir os estudos pioneiros, alcançando grande repercussão na área da enfermagem(3). Foi também nesse período que emergiram produções nacionais com informações sobre as etapas para a realização de pesquisas com essa metodologia, oferecendo subsídios teóricos aos pesquisadores(1).

Apesar desse crescimento, ainda há dificuldade na realização desse tipo de estudo, principalmente na diferenciação com a revisão sistemática e na operacionalização de suas etapas básicas. Ambas têm tema delimitado, partem de uma questão de pesquisa e possuem um protocolo definido para redução de viés e replicação do estudo. A especificidade da revisão integrativa é que ela inclui estudos com diversas abordagens metodológicas, sejam qualitativos, sejam quantitativos, conferindo amplitude nas investigações e um maior panorama sobre o tema estudado(4).

Ela alcançou os cursos de pós-graduação lato sensu, até mesmo stricto sensu, pelo aumento dos cursos e alunos para orientação, diminuição do tempo para desenvolvimento do estudo, aumento da produção científica e acesso facilitado a esta pela internet. A revisão integrativa serve também como etapa antecessora à produção de estudos primários para subsidiar a avaliação do estado do conhecimento sobre o tema e definir com clareza os objetos de estudos. Em muitos trabalhos, nesse nível de formação, há um capítulo, sessão ou até mesmo artigo dedicado à revisão(5). Diante disso, essa pesquisa tem como questionamento: Qual é o panorama da produção científica dos cursos brasileiros de pósgraduação em enfermagem que utiliza como método a revisão integrativa?

OBJETIVOS

Analisar a produção científica brasileira, na pós-graduação em enfermagem, com o método da revisão integrativa.

MÉTODOS

Aspectos éticos

A pesquisa não foi submetida à apreciação em Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos porque foi realizada com dados secundários e de domínio público. Todavia, buscou-se preservar os direitos autorais dos estudos.

Desenho, período e local do estudo

Trata-se de estudo bibliométrico que, por meio de técnicas matemáticas, avalia a produção científica de diversas áreas do conhecimento, a partir de bases de dados, inclusive de dissertações e teses, pois são capazes de fornecer informações para construção de um panorama(6).

O levantamento dos dados ocorreu no Banco de Teses e Dissertações da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Optou-se por esses tipos de trabalho por comporem o alto nível de produção científica no país, apresentando rigor metodológico nos estudos, validados em bancas de qualificação. Os dados foram coletados no mês de outubro de 2018.

Na estratégia de busca, foi utilizado o descritor controlado “Revisão”, conforme estabelecido pelo Descritores em Ciências da Saúde (DECS). Com o intuito de refinar a pesquisa, foi acrescentada a palavra-chave “Integrativa”, embora não faça parte do descritor. Como recurso, utilizou-se a expressão entre aspas e os filtros do próprio site, selecionando-se “Enfermagem” como área do conhecimento.

População ou amostra; critérios de inclusão ou exclusão

Os critérios de inclusão para seleção da amostra foram: ser teses ou dissertações, disponíveis na íntegra, que utilizaram a revisão integrativa como única metodologia de pesquisa. Foram incluídos estudos defendidos a partir de 2013, quando passaram a ser disponibilizados na íntegra no Portal, até 2017. Foram excluídas pesquisas com outros tipos de revisão ou que fizeram a revisão integrativa para fundamentar uma pesquisa original.

Protocolo do estudo

Na primeira etapa, com a expressão “Revisão Integrativa”, foram encontrados 862 trabalhos. Após filtragem pela área do conhecimento (enfermagem) e ano, ficaram 336. Estes tiveram os resumos lidos para identificar se o objetivo principal do estudo foi a realização de uma revisão integrativa e se atendiam aos demais critérios de inclusão e exclusão. Depois da seleção dos textos, os dados foram extraídos e organizados em uma planilha no Microsoft Excel®, contendo as variáveis de interesse.

Figura 1
Seleção da Amostra

Análise dos resultados e estatística

As informações contidas na planilha foram analisadas individualmente, compondo as variáveis do estudo. Os dados foram analisados descritivamente e apresentados na forma de quadros e gráficos, de acordo com a especificidade de cada um.

RESULTADOS

Nesta revisão, foram incluídas 35 dissertações, sendo 7 de mestrado profissional e 1 tese. Os temas estudados foram classificados pelos descritores, sendo identificada uma diversidade de áreas de interesse, conforme se observa na lista a seguir: atenção às pessoas privadas de liberdade(7-8); atenção domiciliar(9); infecção(10-11); diálise(12); hipertensão(13-14); tuberculose(15-16); educação em enfermagem(17-20); gestão do cuidado(21); câncer de mama(2223); saúde da criança(24); violência doméstica(25); quedas em idosos e pacientes psiquiátricos(26-28); trabalho em enfermagem(29-30); classificação de pacientes(31); raciocínio clínico(32); legalização da maconha(33); soldadores(34); úlceras(35); enfermagem perioperatória(36); sexualidade(37); saúde mental(38); abuso de substâncias psicoativas(39); erros de medicação(40); acreditação hospitalar(41); estratégia saúde da família(42).

Quadro 1
Demonstrativo geral das dissertações e tese selecionadas, Salvador, Bahia, Brasil, 2019

Houve variedade nas instituições de ensino de origem dos estudos, com destaque para a Universidade de São Paulo, incluindo Ribeirão Preto, que representa 47,2% do total de trabalhos.

Tabela 1
Distribuição das dissertações e tese por instituições de ensino e ano, Salvador, Bahia, Brasil, 2019

Os temas estudados foram classificados pelos descritores, sendo identificada uma diversidade de áreas de interesse, conforme se observa na lista a seguir: atenção às pessoas privadas de liberdade(7-8); atenção domiciliar(9); infecção(10-11); diálise(12); hipertensão(13-14); tuberculose(15-16); educação em enfermagem(17-20); gestão do cuidado(21); câncer de mama(2223); saúde da criança(24); violência doméstica(25); quedas em idosos e pacientes psiquiátricos(26-28); trabalho em enfermagem(29-30); classificação de pacientes(31); raciocínio clínico(32); legalização da maconha(33); soldadores(34); úlceras(35); enfermagem perioperatória(36); sexualidade(37); saúde mental(38); abuso de substâncias psicoativas(39); erros de medicação(40); acreditação hospitalar(41); estratégia saúde da família(42).

Os autores utilizados como suporte metodológico nos estudos têm características semelhantes, porém os mais citados foram Mendes, Silveira e Galvão (2008), em 12 trabalhos(7-8,12,17,19,22,25,32,36-39). Por quantidade de citação, também foram encontrados: Whittemore e Knafl (2005), em 6 produções(10,13,23,28,31,35); Ganong (1987), em 5(8,23,27,39,41); Cooper (1989), em 2(18,26). Os autores a seguir foram utilizados em um estudo cada: Botelho, Cunha e Macedo (2011)(42), Bellucci Júnior e Matsuda (2011)(33), Broome (1993)(8), Carneiro, Brito e Santos (2011)(24), Polit e Beck (2006)(14), Beyea e Nicoll (1998)(39) e Jackson (1980)(29). Alguns trabalhos citaram mais de um autor(8,23,39), e nove não especificaram a referência utilizada(9,11,15-16,20-21,30,34,40).

Foram encontradas 27 bases e bancos de dados diferentes nos estudos, com predominância de três: LILACS, referida por 86,1%; e PubMed e CINAHL, utilizadas por 63,8% dos estudos.

O período do levantamento em que foi realizada a coleta dos dados estava citado em 22 estudos(7,9-12,15-17,21,23,25,27-31,33-34,38-41), e 20 autores optaram por escrever um capítulo de referencial teórico(7,11-12,15,17-18,20-23,26-28,30,32,34-35,38-40). Dos estudos, 1(42) não fez referência aos descritores controlados utilizados, citando apenas as palavras chaves, e 11(8,10-12,15,17,22,26,33-35) optaram por usar apenas descritores sem associação com palavras-chaves. Todos os estudos levantados apresentaram critérios de inclusão definidos para seleção dos textos. Já os critérios de exclusão não são referidos em quatro dos estudos(20,24,26,28).

Tabela 2
Distribuição das bases de dados utilizadas segundo o ano, Salvador, Bahia, Brasil, 2019

No recorte temporal o menor período foi de 5 anos, com 12 estudos(8,11,16,19-20,22,26,32-34,40,42); e o maior, de 30 anos, com 1 estudo(13). Os demais trabalhos ficaram distribuídos da seguinte forma: 11 estudos no período de 10 anos(9-10,21,27,29,31,35-37,39,41); 1 com 11 anos(12); 1 com 12 anos(15); 2 com 20 anos(23-24); atemporal com seis estudos(14,17-18,25,28,38). Sem especificação do período em dois estudos(7,30).

Apenas seis trabalhos não usaram quadros com a relação e síntese dos textos incluídos na revisão(18-19,25,27,32-33). Já a utilização de uma representação gráfica (fluxograma) para descrever as etapas de seleção da amostra estava ausente em 10 estudos(7,9-10,12,14,29,33,35-36,41), e a apresentação detalhada de um quadro para cada artigo estava presente em 18 estudos(7-9,11,16,18-20,22-23,29,32,36-41). A quantidade de textos utilizados nas revisões teve grande variação, sendo a menor quantidade 6(34); e a maior, 299(13).

Figura 2
Quantidade de textos utilizados

Apenas nove estudos(8,15-16,20,22,27-28,30,39) fizeram referência aos aspectos éticos, o que representa uma porcentagem de 25%. A extração dos dados seguiu várias estratégias, com destaque para a criação de instrumentos próprios, 16 estudos(13-14,16,20,24-28,30,32-35,38,42); e para o instrumento de URSI, ora utilizado na íntegra, em 7 estudos(21,22-23,36-37,39-40), ora adaptado inspirando a construção de roteiros próprios, em 8 estudos(7-9,12,17-19,29). O método Matrix Research Appraisal Checklist, o instrumento adaptado de Tronchin (2011), Romanzini (2013), Otrenti (2011) e de Souza, Silva e Carvalho (2010) foram utilizados em um estudo, cada um(11,18,29,31,41). Dois estudos não especificaram seus instrumentos(10,15).

Também se observa que muitos resultados foram apresentados no formato de categorias, estando apenas oito sem essa configuração(7-9,12,17,22,24,42). A quantidade de páginas variou de 47(25) a 222(27), sendo que a maioria tinha entre 70 e 89 páginas.

DISCUSSÃO

Nos resultados, apenas 1 tese foi encontrada entre os 36 estudos. A predominância de dissertações relacionadas à produção stricto sensu sobre determinada temática também foi encontrada em outro estudo bibliométrico, que obteve porcentagem de 82% nos trabalhos encontrados no banco da CAPES, sobre cuidados paliativos(43). Uma possibilidade para essa constatação está no fato de os cursos de mestrado terem sido implantados primeiro e estarem em maior número nos programas de pós-graduação, contribuindo, anualmente, com vasta produção científica(44).

Observou-se uma diversidade de temas de estudo, incluindo assuntos peculiares, como a legalização da maconha. Entretanto, a maioria destes está voltada para áreas relativas à assistência a grupos ou agravos específicos, demonstrando coerência com o objetivo da revisão integrativa, que é o de auxiliar na tomada de decisão na prática clínica por meio da síntese do conhecimento disponível(1).

A Universidade de São Paulo teve destaque na produção de trabalhos; seus cursos estão entre as notas 6 e 7 na Avaliação da CAPES, considerados como de alto padrão e liderança no país. O mesmo foi verificado numa bibliometria sobre a história da enfermagem, em pesquisa no banco da CAPES(45). O fato de esta instituição ser pioneira em oferecer pós-graduação na área da enfermagem, com mestrado desde 1973 e doutorado desde 1989, favorece sua alta produção sobre os mais variados temas(46).

Apesar de Mendes, Silveira e Galvão (2008) terem sido os autores mais utilizados para suporte metodológico, foi possível notar que há outras referências sendo utilizadas, nacionais e internacionais. Isso é observado numa dissertação nacional, referência sobre a temática, que comparou cinco estudos sobre o assunto e elaborou um instrumento para análise de dados, demonstrando a contribuição da produção stricto sensu para essa metodologia de pesquisa(47).

O número de bancos e bases de dados citados impressiona: 27. Porém, há uma predominância da LILACS, que é utilizada em 86,1% dos estudos. A disposição geográfica (América Latina) dos estudos que ela reúne, o idioma, a inclusão da sua sigla na lista do DECS e estudos realizados exclusivamente nessa base talvez justifiquem sua difusão entre pesquisadores brasileiros(48).

Alguns aspectos da metodologia dos estudos não foram citados nas pesquisas, inviabilizando sua replicabilidade e demonstrando fragilidades na utilização do método, como a não explicitação do período de levantamento dos dados, descritores, critérios de exclusão e recorte temporal. O rigor metodológico é um aspecto importante da pesquisa primária, o que não difere nos estudos de revisão integrativa, os quais exigem um padrão de excelência para garantia da sua validade e credibilidade científica de modo que o resultado traga contribuições significativas para a prática clínica(2-3).

Vê-se uma tendência na apresentação dos resultados em um quadro com síntese dos estudos, estratégia que permite ao leitor encontrar um resumo dos achados. É considerado um atributo desejável, que facilita a comunicação mediante melhor visualização dos aspectos da amostra, possibilitando comparação, identificação de padrões e divergências(3-4). Entretanto, como é de se esperar na análise de uma revisão integrativa, há pouco aprofundamento quantitativo dos dados, com maior destaque para a parte qualitativa e análise discursiva, e isso pode levar a questionamentos sobre a sua qualidade, já que o componente subjetivo não permite clareza sobre as regras de inferência(2).

Não foi constatada restrição no número de textos incluídos na revisão. Foram 5 trabalhos com amostra menor que 10 textos, o que representa 14% dos estudos, e a maior parte com até 20, sendo 54% dos estudos. Do mesmo modo, na literatura sobre a temática, não há clareza sobre a quantidade de textos que devem ser incluídos numa revisão integrativa; a recomendação é que sejam utilizados todos os que forem encontrados, independentemente da quantidade(1).

O método proposto e aplicado por Ursi (2005) para coleta de dados foi utilizado em 44,4% dos estudos, sendo a referência mais citada. Um instrumento para a extração dos dados evita que informações relevantes sejam perdidas durante a revisão, minimiza erros na transcrição, garante a fidedignidade e indica como ocorrerá a análise dos dados, facilitando a sua execução(2,4).

Mesmo com esses achados, estudos de revisão integrativa ainda são encontrados em número reduzido nos cursos de mestrado e doutorado em enfermagem, variando de menos de 1% a 13% das produções, a depender da temática(43,49). Entretanto, um entrave para a realização da revisão integrativa nos cursos stricto sensu é a dificuldade para a sua divulgação pelas exigências atuais relacionadas à publicação científica(2).

Assim, conclui-se que a revisão integrativa é uma metodologia que pode auxiliar no progresso da ciência e na construção do conhecimento nos cursos de mestrado e doutorado em enfermagem, ao sintetizar achados de pesquisa, apontar lacunas, possibilitar fundamentação de novos estudos e evitar repetição de conteúdos(1-2).

Limitações do estudo

A seleção de uma única base de dados pode ser considerada uma limitação para este estudo, na medida em que outras dissertações e teses que tratem da temática e estejam em outras bases não foram identificadas/selecionadas. Contudo, foi escolhida a principal base de dados indexados de trabalhos de pós-graduação no Brasil.

Contribuições para a área da Enfermagem, Saúde ou Política Pública

O estudo traz como contribuição para a área da enfermagem e da saúde informações para o desenvolvimento de pesquisas do tipo revisão integrativa, instrumentalizando o pesquisador com elementos para atenção aos rigores do método e sua execução.

CONCLUSÕES

Apesar da difusão de estudos de revisão integrativa na enfermagem, observa-se sua subvalorização em cursos de pós-graduação stricto sensu no Brasil. Fragilidades na execução do método, como a ausência de elementos que constituem as suas etapas básicas, comprometem o rigor do estudo e o atendimento aos níveis de exigência das pesquisas científicas. Método de pesquisa importante para a formação profissional e para a prática clínica em enfermagem pode ser aplicado nos diversos níveis de formação, contribuindo para a difusão científica na enfermagem brasileira.

Analisar a aplicação da revisão integrativa em dissertações e teses permitiu caracterizar sua produção, apontar possibilidades para a sua expansão, principalmente nos cursos de doutorado, que podem utilizar essa metodologia para elaborar novos conhecimentos não apenas com fundamentos filosóficos, mas também com o entrelaçamento entre os conhecimentos científicos e a vida prática.

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Editado por

  • EDITOR CHEFE: Dulce Barbosa
  • EDITOR ASSOCIADO: Ana Fátima Fernandes

Datas de Publicação

  • Publicação nesta coleção
    21 Dez 2020
  • Data do Fascículo
    2020

Histórico

  • Recebido
    17 Fev 2020
  • Aceito
    24 Maio 2020
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